“LINDA E PRETA”: DISCUTINDO QUESTÕES QUÍMICAS, FÍSICAS, BIOLÓGICAS E SOCIAIS DA MAQUIAGEM EM PELE NEGRA
Resumo
Esse artigo tem como intuito problematizar padrões de beleza historicamente aceitos no Brasil a partir do estudo da maquiagem, aprofundando em conhecimentos de química, física e biologia necessários para a produção de cosméticos. Para tal, realizamos uma revisão de literatura acerca da temática e nos pautamos em nossas escrevivências, enquanto mulheres negras cientistas, para pautarmos e desenvolvermos tal problemática. Nesse propósito, nós, mulheres negras, que sofremos historicamente com esse processo brutal de negação de nossa beleza, o que nos ocasionou processos dolorosos de autonegação, nos sentimos legitimamente livres para escrevermos acerca do que vivemos, de como nos vimos e de como, hoje, nos vemos. Notamos que a maquiagem, apesar de ter sido criada e largamente utilizada com civilizações antigas africanas, a exemplo do antigo Egito, foi contemporaneamente projetada no âmbito da cosmetologia industrial e científica para a pele de pessoas brancas em virtude de padrões de colonialidade europeus que estabeleceram uma noção de belo brancocêntrica e, atualmente, com a expansão do poder de compra da população negra, essa indústria tem, timidamente, avançado na direção de atender a demanda desse público esquecido. Discutir ciências a partir dessa perspectiva se faz necessário para compreendermos como esses saberes se constituem e como que, socialmente, são muitas vezes aplicados reforçando estruturas de opressão social.
Palavras-chave
Ciência; Negritude; Maquiagem
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PDFDOI: https://doi.org/10.21439/conexoes.v13i5.1759
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