EXTRATO DE PRÓPOLIS VERDE E ASSOCIAÇÕES MEDICAMENTOSAS: ANÁLISE ANTIMICROBIANA CONTRA O Enterococcus faecalis
DOI:
https://doi.org/10.21439/conexoes.v10i3.813Resumo
Na presente pesquisa, cujo objetivo foi avaliar a ação antimicrobiana in vitro do extrato de própolis verde (também denominado propólis neste estudo) e de associações medicamentosas com e sem essa substância contra o microrganismo Enterococcus faecalis, utilizou-se a técnica de difusão em ágar pelo método do poço, e a cepa indicadora Enterococcus faecalis ATCC 29212. A avaliação do experimento, que se deu pela medição do halo de inibição do crescimento microbiano, contemplou dez grupos: G1 - soro fisiológico; G2 - pasta de hidróxido de cálcio pró-análise + soro fisiológico; G3 - paramonoclorofenol canforado (PMCC); G4 - Rifocort R ; G5 - pasta de Guedes-Pinto (iodofórmio + PMCC + Rifocort R ); G6 - própolis; G7 - própolis + pasta de hidróxido de cálcio pró-análise; G8 - própolis + Rifocort R + iodofórmio; G9 - própolis + Rifocort R ; G10 - própolis + iodofórmio. A solução salina e o hidróxido de cálcio + soro fisiológico não apresentaram atividade antimicrobiana. Já o Rifocort R , o extrato de própolis verde + Rifocort R , a pasta Guedes-Pinto e o extrato de própolis verde + iodofórmio + Rifocort R mostraram-se mais efetivos contra o Enterococcus faecalis do que as outras substâncias, apresentando halo de inibição de 10,5mm; 9,3mm, 9mm e 8,5, respectivamente, com diferença estatisticamente significante (p<0,05). Os resultados obtidos possibilitaram as seguintes conclusões: o hidróxido de cálcio e a pasta de iodofórmio não apresentaram ação antimicrobiana; o melhor resultado foi proporcionado pelo Rifocort R ; a solução de extrato de própolis verde apresentou baixa atividade antimicrobiana contra o E. faecalis.Referências
ALENCAR, S. M.; AGUIAR, C. L.; PAREDES–GUZMAN, J.; PARK, Y. Composição quimica de Baccharis dracunculifolia, fonte botânica da própolis dos estados de São Paulo de Minas Gerais. Ciência Rural, v. 35, n. 4, p. 909–915, 2005.
ARRUDA, A. O.; SOUZA, L. G.; BIZ, M. T.; RAMOS, I. F. A. S.; FIGUEIREDO, J. a. P.; MAZZUCO, c.; TOKARSKI, c.; PAULINO, s. a.; PAULINO, n. Análise macroscópica e mev da superfície do canal radicular após utilização do extrato de própolis a 0,25%, como irrigante. Jornal Brasileiro de Endodontia, v. 5, n. 19, p. 280–287, 2004.
BELL, J. W. Kri i paste. NZ Dent J, v. 65, n. 300, p. 96–106, 1969.
BERBERT, F. L. C. V.; FERLINI, F. J.; CECÍLIA, M. S.; NUNES, E.; RAMOS, C. A. S.; SOUZA, S. M. S.; CONSOLARO, A. Ação terapêutica do hidróxido de cálcio seus derivados e associados. Revista ABO Nacional, v. 4, n. 6, 1997.
BRAMANTE, C. M.; DUARTE, P. G.; DUARTE, M. A. H. Irritabilidade de alguns fármacos usados como curativo de demora em endodontia. Revista de Odontologia da Universidade de São Paulo, v. 10, n. 2, p. 115–119, 1996.
BREYER, E. V. Abelhas e saúde. 3. ed. Santa Catarina: Uniporto, 1983. 1-62 p.
BURDOCK, G. A. Review of the biological properties and toxicity of bee propolis. Food and Chemical Toxicology, n. 36, p. 347–363, 1998.
CAETANO, S. H. G.; SANDRINI, J. C. Novas tendências da pulpotomia de dentes decíduos. Jornal Brasileiro de Pediatria, v. 3, n. 15, 2000.
CASTRO, M. L.; ROSALEN, P. L.; DUARTE, S.; KOO, H.; IKEGARI, M.; ALENCAR, S. M.; CURY, J. A. Avaliação do efeito de sazonalidade no potencial antimicrobiano da própolis tipo 12. Brazilian Oral Research, v. 19, 2005.
CHAI, W. L.; HAMIMAH, H.; CHENG, S. C.; SALLAM, A. A.; ABDULLAH, M. Susceptibility of Enterococcus faecalis biofilm to antibiotics and calcium hydroxide. Journal of Oral Science, v. 49, n. 2, p. 161–166, 2007.
CHONG, B. S.; FORD, T. R. P.; WATSON, T. F. The adaptation and sealing ability of light-cured glass ionomer retrograde root fillings. International Endodontics Journal, v. 24, p. 223–232, 1991.
DANIEL, R. L. D. P. Análise comparativa da citoxicidade in vitro do lodofórmio e do hidróxido de cálcio empregando-se dois veículos diferentes. Dissertação (Mestrado em Endodontia) — de Odontologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.
DORNELAS, C. A.; FECHINE-JAMACARU, F. V.; ALBUQUERQUE, I. L.; MAGALHãES, H. I.; DIAS, T. A.; FARIA, M. H.; ALVES, M. K.; RABENHORST, S. H.; ALMEIDA, P. R.; LEMOS, T. L.; CASTRO, J. D.; MORAES, M. E.; MORAES, M. O. Angiogenesis inhibition by green propolis and the angiogenic effect of l-lysine on bladder cancer in rats. Acta Cirurgica Brasileira, v. 27, n. 8, p. 529–536, 2012. PubMed PMID: 22850703.
DOTTO, S. R.; TRAVASOS, R. M. C.; FERREIRA, R.; SANTOS, R.; WAGNER, M. Avaliação da ação antimicrobiana de diferentes medicações usadas em endodontia. Rev Odonto Ciência, v. 21, n. 53, p. 266–269, 2006.
DUGGAL, M. S.; NOOH, A.; HIGH, A. Responses of the primary pulp to inflammation: a review of the leeds studies and challenges for the future. European Journal of Paediatric Dentistry, v. 2, n. 1, p. 111–114, 2003.
FAVA, L. R. G. Pastas de hidróxido de cálcio: considerações sobre seu emprego clínico em endodontia. Revista Paulista de Odontologia, v. 13, n. 5, 1991.
FERREIRA, A. G.; HAAS, N. A. I.; SANTOS, G. M. A.; ALVES, M. U.; FRAINHA, P. T. Uso do formocresol e da pasta guedes-pinto nas pulpotomias de dentes decíduos. Revista ABO Nacional, v. 12, n. 4, 2004.
GOMES, B. P.; FERRAZ, C. C.; VIANNA, M. E.; ROSALEN, P. L.; ZAIA, A. A.; TEIXEIRA, F. B. In vitro antimicrobial activity of calcium hydroxide pastes and their vehicles against selected microorganisms. Brazilian Dental Journal, v. 13, n. 3, p. 155–161, 2002.
GUEDES-PINTO, A. C. Tratamento endodôntico em dentes decíduos. In: GUEDES PINTO, A. C. Odontopediatria. São Paulo: Santos, 1988. cap. 31, p. 667–705.
HARRISON, J. W.; WASHINGTON, D. C.; MADONIA, J. V. Oral Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology, v. 32, n. 1, p. 90–99, 1971. HELD, A. Liodoforme doit être abandonné? Schweiz Mscht, v. 74, n. 8, p. 715–735, 1964.
KOO, H.; GOMES, B. P. F. A.; ROSALEN, P. L.; AMBROSANO, G. M. B.; PARK, Y. K.; CURY, J. A. In vitro antimicrobial activity of propolis and arnica montana against oral pathogens. Arch Oral Biol, v. 45, n. 2, p. 141–148, 2000.
KRAMER, P. F.; JÚNIOR, J. M. F.; FELDENS, C. A. Estado atual da terapia pulpar nas universidades brasileiras: pulpotomia e pulpectomia em dentes decíduos. JBP, v. 3, n. 13, p. 222–230, 2000.
LAGE-MARQUES, J. L.; CONTI, R.; ANTONIAZZI, J. H.; I, G. Avaliação da velocidade de dissociação iônica do hidróxido de cálcio associado a diferentes veículos. Revista de Odontologia da Universidade de São Paulo, v. 8, n. 2, p. 81–87, 1994.
LEONARDO, M. R.; SILVA, L. A. B.; ALMEIDA, W. A.; UTRILLA, L. S. Tissue response to an epoxy resin-based root canal sealer. Endodontics, Dentistry and Traumatology, v. 15, p. 28–32, 1999.
LLAMAS, R.; SEGURA, J. J.; JIMENEZ–RUBIO, A.; JIMENEZ–PLAMAS, A. In vitro effects of parachlorophenol and camphoratec parachlorophenol on macrophages. Journal of Endodontics, v. 23, n. 12, p. 728–730, 1997.
LOBARINHAS, S. C. B. Estudo histológico da região periapical de molares de ratos submetidos a pulpectomia e cortiscosteróideterapia. Dissertação (Mestrado) — Universidade de São Paulo, São Paulo, 1986.
MANARA, L. R. B.; GROMATZKY, A.; CONDE, M. C.; BRETZ, W. A. Utilização da própolis em odontologia. Revista da Faculdade de Odontologia de Bauru, Bauru, v. 7, n. 3-4, p. 15–20, 1999.
MCDONALD, R. E.; AVERY, D. R.; DEAN, J. A. Treatment of deep caries, vital pulp exposure, and pulpless teeth. In: MCDONALD, R. E.; AVERY, D. R.; DEAN, J. A. (Ed.). Dentistry for the child and adolescent. 8. ed. St. Louis: Mosby Inc, 2004. p. 390–411.
MENEZES, V. A.; SANTOS, V. I. M.; COUTO, G. B. L. Terapia pulpar em dentes decíduos. In: SANTOS, V. I. M.; COUTO, G. B. L. (Ed.). Manual de odontopediatria. Rio de Janeiro: MEDSI, 1999. cap. 4, p. 69–95.
MIRZOEVA, O. K.; CALDER, P. C. The effect of propólis and its components on eicosanoid production during the inflammatory response. Perason Profession, v. 55, n. 6, p. 441–449, 1996.
MOREIRA, A. V. B. Efeito antioxidante dos compostos fenólicos de especiarias sobre os ácidos graxos das séries w3 e w6. Tese (Doutorado) — Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.
MORRIER, J. J.; BENAY, G.; HARTMANN, C.; BARSOTTI, O. Antimicrobial activity of ca(oh)2 dental cements: an in vitro study. Journal of Endodontics, v. 29, n. 1, p. 51–54, 2003.
NEGM, M. M. Efect of intracanal use of nonsteroidal anti-inflamatory agents on posttreatment endodontic pain. Oral Surgery, Oral Medicine, Oral Pathology, n. 77, p. 507–513, 1994.
ONCAG, O.; COGULU, D.; UZEL, A.; SORKUN, K. Efficacy of propolis as an intracanal medicament against Enterococcus faecalis. Gen. Dent, v. 54, n. 5, p. 319–322, 2006.
PAGLIARONE, A. C.; MISSIMA, F.; ORSATTI, C. L.; BACHIEGA, T. F.; SFORCIN, J. M. Propolis effect on th1/th2 cytokines production by acutely stressed mice. Journal of Ethnopharmacology, v. 125, p. 230–233, 2009.
PAIVA, J. G.; ANTONIAZZI, J. H. Endodontia: bases para a prática clínica. 2. ed. São Paulo: Artes Médicas, 1988. 886 p.
PAIVA, S. M.; GUEDES-PINTO, A. C. Pulpotomy therapy in primary teeth: seeking a biological material. RPG, v. 4, n. 1, p. 69–72, 1997.
PARK, Y.; IKEGAKI, M.; ABREU, J. A. S.; ALCICI, N. M. F. Estudo da preparação dos extratos de própolis e suas aplicações. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 18, n. 3, 1998.
PÉCORA, J. D.; SOUZA NETO, M. Materiais obturadores dos canais radiculares. Update. Ribeirão Preto: Faculdade de Ribeirão Preto, 2004. Disponível em: < http://143.107.206.201/restauradora/matob.html >.
PEREIRA, A. S.; SEIXAS, F. R. M. S.; NETO, F. R. A. Própolis: 100 anos de pesquisa e suas perspectivas futuras. Química Nova, v. 25, n. 2, p. 231–326, 2002.
PIETTA, P. G.; GARDANA, C.; PIETTA, A. M. Analytical metaods for quality control of propolis. Fitoterapia, n. 73, p. 57–520, 2002.
PINHEIRO, S. L.; ODA, M. Técnicas livro da mínima intervenção para o tratamento da doença dentária. In: IMPARATO, J. C. P. Tratamento restaurador atraumático. 2005. cap. 19, p. 321–333.
PINTO, M. S.; FARIA, J. E.; MESSAGE, D.; CASSINI, S. T.; PEREIRA, C. S.; GIOSO, M. A. Efeito de extratos de própolis, sobre bactérias patogênicas isoladas do leite de vacas com mastite. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, São Paulo, v. 38, n. 6, p. 278–283, 2001.
RAMOS, C. A. S.; BRAMANTE, C. M. Endodontia: fundamentos biológicos clínicos. 2. ed. São Paulo: Santos, 2001. 220-224 p.
RIBEIRO, J. L. P. O.; ANTONIAZZI, J. H. Ação antiinflamatória e efeito no processo de cicatrização promovidas pela metil prednisolona e pela benzidamina. avaliação experimental em camundongos. Endo. Clin. Pract. Educ. Res, v. 1, n. 2, 1999.
SANTOS, F. A.; BASTOS, E. M. A.; UZEDA, M.; CARVALHO, L. M.; FARIAS, L. M.; MOREIRA, E. S. A.; BRAGA, F. C. Antibacterial activity of brazilian propolis and fracrions aganst oral anaerobic bacteria. Journal of Ethnopharmacology, n. 80, p. 1–7, 2002.
SILVA, C. M.; CANDELÁRIA, L. F. A.; BOMBANA, A. C. Estudo comparativo da ação antimicrobiana entre cinco pastas de obturação de canais radiculares de dentes decíduos. Jornal Brasileiro de Odontopediatria e Odontologia do Bebê, v. 5, n. 28, p. 502–510, 2002.
SIQUEIRA-JÚNIOR, J. F.; DANTAS, C. J. Inflamação: aspecto biodinâmico das respostas inflamatória e imunológica. In: SIQUEIRA JÚNIOR, J. F.; DANTAS, C. J. Resposta vascular e mediadores químicos de inflamação. Rio de Janeiro: Pedro Primeiro, 1996. p. 41–73.
SIQUEIRA-JÚNIOR, J. F.; LOPES H, P. Endodontia: biologia e técnica. Rio de Janeiro: Medsi, 1999. 397-426 p.
SOARES, D. G.; ANDREAZZA, A. C.; SALVADOR, M. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v. 41, n. 1, 2005.
TAVARES, W. Bactérias gram-positivas problemas: resistência do estafilococo, do enterococo e do pneumococo aos antimicrobianos. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 33, n. 3, p. 281–301, 2000.
TAYLOR, G. N.; MADONIA, J. V.; WOOD, n. k.; HEVER, M. A. In vivo autoradiographie study of relative penetrating abilities of aqueous 2% parachlophenol and camphorated 35% parachlorophenol. Journal of Endodontics, n. 2, p. 81–86, 1976.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores que publicam na Revista Conexões: Ciência e Tecnologia concordam com os seguintes termos: Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob uma licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional (CC BY -NC-SA 4.0) . Nossos artigos estão disponíveis gratuitamente e gratuitamente, com privilégios para atividades educacionais, pesqueiras e não comerciais.